terça-feira, 20 de março de 2012

A guerra invisivel


No dia-a-dia vive-se uma aparente tranquilidade, como se nada se passasse em Portugal. Existem pequenos burburinhos acerca de alguns assuntos incontornáveis que vão fazendo as notícias das actualidade como os equívocos nalgumas afirmações de Passos Coelho e de Cavaco Silva, o caso da Lusoponte, algumas nomeações duvidosas do Governo, o aumento do desemprego e outras coisas que merecem a indignação das pessoas, mas cujo aparecimento resulta numa espécie de aliviar da pressão, que se poderia acumular e resultar em algo de perigoso para o suposto Estado de Direito.

A verdade é que estamos perante uma guerra invisível, em que existe uma facção minoritária que impõe as suas ideias sobre a maioria das pessoas, fazendo-as crer que essas ideias são aquilo que elas necessitam para resolver os seus problemas e criadas com o seu consentimento.

As armas desta guerra são: as constantes intervenções de supostos especialistas que afirmam constantemente que só existe este caminho e que todas as outras opções são de um bando de loucos que não têm noção da realidade, e que nos conduziriam ao abismo; o controlo das percepções e conhecimentos sobre a crise actual, que torna a maior parte das pessoas incapaz de agir ou reagir; a atmosfera de crise em larga escala criada para fundamentar todas as intervenções e reformas ditas estruturais; o medo que as pessoas têm de perder o pouco que têm, que as impede de reinvidicar os seus próprios direitos; as falsas esperanças de que o futuro não será igual.

Antes das eleições havia um balão de indignação prestes a rebentar. Esse balão esvaziou e agora enche lentamente todos os dias, mas quanto mais tempo podemos esperar para que esse balão volte a encher? Para alguns será demasiado tarde.


A guerra diária não é visível mas é real! Existe e as pessoas sentem esses ataques todos os dias. A não percepção de que estamos numa guerra profundamente injusta, diminui a resposta dos que lutam contra este governo agressor. As nossas armas serão sempre inferiores às do arsenal do inimigo, mas aqueles que, mesmo tendo tudo a perder, e os que já perderam quase tudo, acreditam noutro futuro e noutra alternativa, devem perder o medo, e lutar com as armas possíveis. É preciso tornar visível esta guerra e se ela veio até nós, não a ignoremos, não fujamos! Lutemos!

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